Ascenção do Senhor
O modelo da missão e da pregação é o próprio Jesus que iniciou o seu ministério pregando o Reino de Deus e pedindo a conversão e fé no Evangelho (cf. Mc 1,14-15). O ressuscitado precede os discípulos (cf. Mc 16,7) e a missão não é mais do que seguir Cristo. O "ide" a que os discípulos são convidados é, tão só, segui-Lo. Apenas assim a missão pode ser sacramento da presença do Senhor entre os homens, como era a missão dos onze, em que o Senhor estava activo e presente “Eles, partindo, foram pregar por toda a parte; o Senhor cooperava com eles, confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam" (Mc 16,20). Afirmando que o Senhor coopera com os onze na sua missão e confirma a palavra do seu anúncio, a Igreja primitiva exprime a sua fé no ressuscitado - sujeito da missão da Igreja. E como a missão se realiza com a Palavra e com as ações, a ação que confirma a Palavra, explica-se por "sinais" (Mc 16,20).
E se a missão da Igreja tende a suscitar a adesão teologal, acreditar no Senhor acontece graças à fé. Os enviados, os missionários, os pregadores são os primeiros chamados à fé. No texto do Evangelho fala-se da cooperação do Senhor na missão eclesial em termos análogos aos que encontramos em Act 14,3: “Apesar disso, Paulo e Barnabé demoraram-se por lá bastante tempo, absolutamente confiados no Senhor, que dava testemunho à palavra da sua graça, concedendo que se fizessem milagres e prodígios pelas mãos deles". A fé no Jesus ressuscitado que sobe aos céus é o campo de ação da graça e da manifestação da sua força e da sua fecundidade. A Igreja evangelizadora é afinal, e simplesmente, uma Igreja crente.
LUCIANO MANICARDI
Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano B
© 2010 Vita e Pensiero
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