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XXV domingo do Tempo Comum

Jesus não demoniza o dinheiro mas adverte do poder que ele exerce: o homem diviniza-o. “Mammona” é uma palavra com a raiz em ’aman que significa “crer”. O Evangelho denuncia a sedução do coração humano e a perversão da verdade do homem que o dinheiro pode exercitar. Podemos dizer que esse é o ídolo por excelência: no dinheiro “acredita-se”, o mercado nutre-se de "fé”. E nós descobrimos a nossa insipiência quando pensamos que aquele mero artefacto que é o dinheiro (é o homem que “cunha a moeda”) de meio se transforma em fim, de servo torna-se dono; acreditamos que o manipulamos mas é ele que nos manipula, mais, ele determina os nossos ritmos diários empurrando-nos para uma frenética corrida para acumular cada vez mais.

Por isso Jesus distingue entre “servir a Deus e servir o dinheiro”: “Nenhum servo pode … Não podeis” (Lc 16,13). Esta palavra permanece como uma espinha encravada para os cristãos e para as igrejas ricas numa sociedade opulenta. O Evangelho não dá receitas, mas a questão ressoa: a abundância de meios económicos e a força dos meios culturais não torna ilusória a sequela Christi? E não a torna também pouco credível?      

Partilhar e dar aos pobres são formas cristãs de usar os bens, sugeridas no Evangelho: “É que os filhos deste mundo são mais sagazes que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes" (Lc 16,9). Ou seja: dai aos pobres, aos amigos de Deus, e esses, portadores do juízo escatológico (cf. Mt 25,31 ss.), poderão acolher-vos na morada eterna. O que não aconteceu ao rico que não mexeu um dedo por Lázaro: agora, depois da morte, com Lázaro no seio de Abraão, o rico está atormentado e os dois estão separados por um abismo intransponível (cf. Lc 16,19-31). 

As palavras de Jesus sobre a fidelidade (cf. Lc 16,10-12) revelam que existe uma hierarquia de realidades com diferentes valores: há um “pouco” e há um “muito”, há uma riqueza material e há uma riqueza verdadeira, não quantificável e que consiste na verdade pessoal. Uma riqueza feita de humanidade, verdadeiro capital que Deus criador deu ao homem à imagem e semelhança d'Ele.

Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI

Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano C
© 2009 Vita e Pensiero

 

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