XIX domingo do Tempo Comum
A vigilância é uma relação equilibrada consigo próprio, com o corpo, com as coisas, com os outros, com Deus. Aquele que descuida e esquece a relação com o Senhor, distorce necessariamente a relação com os outros, começando a ser violento, a comer e a beber embriagando-se, perverte a relação consigo próprio, com o seu corpo e com as coisas externas.
O Senhor proclama beato o servo que, à Sua vinda, for encontrado ao serviço. Ou seja, aquele servo que encontra a sua alegria e repouso no servir, em servir o Senhor e em servir os irmãos. Quem ama, ama servir as pessoas amadas.
Jesus chama aos seus discípulos "pequeno rebanho". "Pequeno" não tem aqui um significado numérico, quantitativo. Que número separa o pequeno do não-pequeno? Jesus recorda que, onde estão dois ou mais reunidos em seu nome, Ele está no meio deles (cf. Mt 18,20). O pequeno aqui refere-se à pouca importância que aquele grupo de homens tinha aos olhos das autoridades religiosas e dos homens em geral. Mas é também e, sobretudo, um estar atento contra a tentação de nos fazermos grandes e importantes, de sermos admirados e considerados. De facto, grande, a este propósito, é a lição da pequena Teresa di Lisieux: “A santidade não reside nesta ou naquela prática de piedade, mas numa disposição do coração que nos torna humildes e pequenos nos braços de Deus, conscientes das nossas fraquezas e fiéis à sua bondade de Pai. O que agrada a Deus na minha alma é o ver-me amar a minha pequenez e a minha pobreza, é a esperança cega que tenho na sua misericórdia. Não temer: quanto mais pobre fores mais Jesus te amará”.
Os servos fiéis que o Senhor, na sua vinda, encontrar vigilantes verão o Senhor fazer-se seu servo (cf. Lc 12,37) no banquete escatológico. O derrubar dos papéis significa aquilo que Jesus sempre fez na sua vida: fazer-se servo dos seus servos.
Reflexões sobre as leituras
de LUCIANO MANICARDI
Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano C
© 2009 Vita e Pensiero
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